Ministério Público quer paralisar projeto Nova Luz
Por: Marcela Fonseca
“Considero uma falha a população não ter tido a chance de debater a formação da Lei 14.918/09, da Concessão Urbanística da Luz. Eles foram excluídos do processo e a Constituição determina que haja participação popular”, disse.
No último dia 27, data que antecedeu a audiência pública realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, Zona Norte, o promotor Freitas enviou um ofício ao secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Luiz Bucalem, a fim de saber por que a Prefeitura insiste em realizar audiência pública, uma vez que a lei de concessão não contou com a participação popular em sua formação e aprovação.
“Não dá para a Prefeitura iludir agora que existe uma questão jurídica procedente. Não dá para gastar tanto se isso vai ser frustrado. Ainda aguardo a resposta do secretário para impedir que essa discussão prossiga. Entendo que o projeto deve ser paralisado por inteiro”, disse o promotor.
De acordo com Freitas, a Prefeitura tem cerca de dez dias para responder ao ofício e se não for paralisado o processo de implantação do projeto por meios administrativos, o MP deve recorrer ao Judiciário.
Moradores e lojistas: projeto não é claro
Sentindo-se ameaçados com a implantação do projeto Nova Luz, moradores e comerciantes da região da Santa Ifigênia afirmam que não há garantia para quem deixar o local, e temem por desapropriações de residências e e comércios.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Santa Ifigênia, Joseph Hanna Fares Riachi, a região é produtiva, tem seu comércio de eletroeletrônicos consolidado e o projeto contempla mudar a realidade da região. “A Santa Ifigênia tem mais de 200 anos de história e tem sua identidade. E lutamos para que ninguém seja descartado. Da maneira que está o projeto não nos garante nada”, disse.
Paula Ribas, membro da Associação dos Moradores da Luz, reclama da ausência de detalhes. “O projeto é lindo, mas como isso vai ser feito não sabemos. Precisamos de garantias. Não somos contra o projeto, mas queremos a participação popular e que considerem nossa opinião”, disse.
“Projeto é transparente”, afirma secretário
Para o secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Luiz Bucalem, o projeto Nova Luz é transparente. “Um projeto de 45 quadras, ele não pode e não deve ser um projeto que a gente apresenta feito”, disse.
Uma audiência pública para apresentar o projeto já foi realizada, e outras duas estão previstas.
De acordo com Bucalem, o projeto é amplo e está baseado na lei que estabelece suas diretrizes. “Elaboramos o que chamamos de projeto preliminar. O projeto não é fechado, estamos totalmente abertos”, diz ele. A Prefeitura tem colhido sugestões e críticas de moradores e comerciantes da região, diz o secretário.
“Servirá para toda a cidade e deve ser bom e justo para quem está na área. É natural a preocupação, mas estamos tentando estabelecer novos canais para atender as necessidades”, afirmou. Antes de finalizar o projeto duas audiências públicas serão marcadas – uma sobre o projeto e outra para tratar de seus impactos.
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