Criança boliviana ganha medalha de ouro em campeonato de taekwondo
Por: Angelina Miranda - São Paulo 16 de Agosto de 2011
Daiana é filha única e natural da cidade de La Paz, mais especificamente da Provincia Aroma está em São Paulo há cinco anos, morando no bairro do Brás região central da cidade com sua família, a mãe Gaby e o pai Irineo.
Sr. Irineu comenta a importância do esporte
e alegria da vitória da sua pequena filha Daiana.
Toda a história começou em fevereiro de 2011. Quando ela e seu pai foram passear num domingo na Praça Kantuta, reduto da comunidade boliviana na cidade. Ireneo percebeu que no meio do pátio da praça acontecia uma espécie de aula, chegou mais próximo e percebeu uma mulher com seu dobok (roupa específica para os praticantes de taekwondo) no meio de várias crianças, a maioria era boliviana.
A mulher era Priscila Zuniga. Atleta e professora de taekwondo, que há um ano dá aula no local todos os domingos a partir das 13h, apenas com o apoio da diretoria da Praça Kantuta.
O pai atento foi se informar, e no domingo seguinte a pequena boliviana começou as aulas. “Desde a primeira aula já me identifiquei” diz Daiana.
A aluna aproveita ao máximo a aula dominical, já que esta acontece apenas uma vez por semana. O incentivo vem por parte da família, principalmente do pai seu Ireneo Cancio Mancilla Paco de 31 anos. “É fundamental apoiar os filhos a praticarem algum tipo de esporte. Não somente o futebol é importante, minha filha, por exemplo, pratica taekwondo.” Diz.
Mesmo trabalhando com a costura e não tendo muitos recursos financeiros não hesita em investir na filha, “Recentemente ela precisou de caneleiras dei um jeito e comprei”, sabe a importância que o esporte tem para Daiana, que além do taekwondo, adora estudar e ler.
Gostando de estudar só poderia ser uma boa aluna, como afirma a professora “Ela é uma menina especial muito quietinha, educada e tem um jeitinho só dela” ao contrário do habitual quem exige esforços é Daiana “Ela é diferente dos demais pede que eu cobre mais dela, com certeza tem um bom caminho pela frente, será minha companheira em competições” afirma Priscila.
Quando Daiana chegou ao Sport Club Corinthians ficou nervosa ao ver tantos meninos e meninas que iam lutar "Me assutei quando cheguei, mas não desanimei estava lai para ganhar". Sua determinação, além do emprenho foi o ponto chave para ganhar o seu primeiro campeonato.
Mas nem tudo são golpes
A pequena boliviana tem pode ter um belo futuro pela frente, pelo que já conquistou com tão pouca idade, mas este estágio de sua vida, que está em ascensão pode ser interrompido e desperdiçado.
Já que a professora necessita de instrumentos para lecionar como: placas de EVA, protetor de tórax, raquetes, escudos, capacetes e caneleiras.
Destes, têm poucos. Graças à falta de investimentos. Segundo Priscila Zuniga, já entrou em contato com empresas privadas como a AeroSur e Wester Union solicitando ajuda, mas não conseguiu receber nenhum tipo de apoio ou patrocínio.
Enquanto isso acontecer pessoas como Priscila podem deixar de acreditar num futuro melhor para as crianças, e Daianas podem deixar de aparecer e revelar seu potencial seja no esporte, na arte ou em outro segmento.
O Bolívia Cultural entrou em contato com as empresas AeroSur, BoA e Western Union, até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.