Bolivianos participam de novena das virgens de Copacabana e Urkupiña
Por: Thiago Baltazar - São Paulo 14 de novembro de 2011
Três crianças, um menino e duas meninas, esperavam na porta da Paróquia Nossa Senhora da Paz, região central de São Paulo. Vestidas com uma bata verde e branca, estavam prontas para adentrar a Igreja. Assim que lhes fora dado o sinal, caminharam em direção ao altar com passos lentos, porém firmes. Às 19h04 desde sábado (12) foi realizada a primeira novena da Virgen de Copacabana e Virgen de Urkupiña.
Todos em pé. Reverenciando as santas que vieram acompanhadas pela imagem do menino Jesus, os devotos observavam a entrada das divindades na igreja. Pelo período de nove meses, as imagens itinerantes serão acolhidas na residência dos passantes, permanecendo 30 dias na casa de cada família. Esta
temporada de nove meses antecipa a grande festa em homenagem às virgens de Copacabana e Urkupiña, que será realizada em agosto do próximo ano. Em São Paulo há mais de 25 imagens peregrinas nas comunidades boliviana, chilena, paraguaia, peruana e equatoriana.Mário Marcelo, um dos passantes bolivianos que hospedará a Virgem de Copacabana, falou ao Bolívia Cultural sobre as expectativas de ter a imagem da santa em sua casa. “Estamos nos preparando com toda devoção e fé, ao lado da comunidade boliviana que a cada ano cresce mais em São Paulo, graças ao Brasil que nos recebe tão bem. Espero a colaboração do cônsul e de toda a diretiva da associação para levantarmos a moral da Bolívia, um trabalho que realizamos com sacrifício e com o coração”, disse.
Ao lado da esposa, o boliviano Juan Carlos Soto receberá a imagem da Virgem de Urkupiña em sua casa. O passante, é o nome que se dá as pessoas que recepcionam as santas, falou sobre o início de sua fé. “Há 17 anos que acompanho esta cerimônia, mas minha fé é muito anterior a isto. Foi uma caminhada natural. O destino me tornou um passante e é pela fé que estou aqui”, afirmou. Juan Carlos ainda acrescenta que cultura boliviana e a religião sempre estarão conectadas. “A fé e a tradição de nossa cultura andam juntas. Não podem estar separadas. Sempre foi assim e continuará a ser dessa maneira. Muitos podem dizer que não, mas elas sempre caminharão juntas”, declarou.
O padre Mário Geremia que celebrou a missa, ressaltou a importância de pensarmos no próximo, e principalmente na data de nascimento de Jesus "Começamos a nossa campanha de natal, para que todos nossos irmãos imigrantes tenham um natal mais feliz, por isso estamos recebendo cestas de natal que serão distribuidas às famílias abrigadas na Pastoral do Migrante" afirma.
Ao final da missa foi realizada a primeira procissão das santas até o auditório da paróquia, onde houve uma recepção aos fiéis. Foram servidos vinho e relleno de papa, um prato boliviano. As cholitas, nome que se dá às senhoras que usam uma roupa típica, dançaram acueca (dança típica boliviana).
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