Instituição social em Sâo Paulo trabalha com a inserção social do imigrante
Por: Angelina Miranda - São Paulo 3 de Novembro de 2011
Muitos são os imigrantes no Brasil, cerca de 1 milhão e 400 mil, dentre estes 300mil bolivianos apenas na cidade de São Paulo. O imigrante sofre dificuldades, que na verdade se assemelham as do brasileiro, mas por estar em uma terra desconhecida, com outros costumes, tudo toma uma proporção maior.
Para prestar apoio e solidariedade, quando o poder público não é capaz ou não tem interesse de fazê-lo existem instituições sociais como o CAMI (Centro de Apoio ao Migrante), que auxilia o imigrante recém-chegado no país.
Atualmente quem coordena o CAMI é Roque Patussi, brasileiro ligado às causas imigrantes desde a juventude “A língua que se falava na minha casa era o italiano misturado com o português, graças à descendência dos meus pais, então quando ia à escola falava com sotaque isso já era motivo de chacota” comenta.
Criado pela SPM (Serviço Pastoral dos Migrantes) a instituição realiza o seu trabalho desde 2005, oferecendo gratuitamente orientação jurídica, auxílio para regularização migratória além de atividades de formação sócio-cultural.
Logo na entrada há um painel com informações importantes à comunidade, como vagas de empregos, informações sobre legalização de documentos e conselhos como: “De olho aberto para não virar escravo, defenda seus direitos”.
Esse tipo de acontecimento na infância foi a mola propulsora para que o gaúcho, trabalhasse com a questão migratória para além das fronteiras do Brasil.
Na época atuando como padre foi missionário nos Estados Unidos por mais de sete anos, além de ter atuado também no Paraguai.
A vivência lhe trouxe experiência “Os imigrantes que chegavam aos EUA são os mesmos que chegam ao Brasil, mais depois de três meses sabíamos que eles já estariam estabelecidos financeiramente. Aqui isso não acontece” diz.
Por isso além das funções tradicionais há também auxílio psicológico, e necessidades básicas como alimentação e vestimentas que são supridas na medida do possível.
Hoje o CAMI tem seis funcionários, aumentando este número há alguns estagiários que ficam por tempo indeterminado, de acordo com as disponibilidades de horário.
Atividades e dificuldades
Mesmo com o trabalho relevante e reconhecido que faz com os imigrantes, o CAMI tem dificuldades financeiras para se estabelecer. Atualmente a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) auxilia diversas instituições de vários segmentos, e como não privilegia uma nem outra com a divisão de verbas cada uma recebe um valor muito pequeno até mesmo para os gastos básicos.
Por isso buscar recursos alternativos foi a saída. Instituições da Espanha e da França apóiam o projeto com determinada quantia, que garante a manutenção das atividades.
Como por exemplo, dos cursos que acontecem geralmente aos sábados e domingos. Para crianças e adolescentes cursos de informática, artes plásticas e para os adultos aulas de português e prevenção ao tráfico de pessoas e de combate ao trabalho escravo.
Outra atividade desenvolvida pelo CAMI é a marcha dos migrantes, reunindo pessoas de diversas etnias que em terras brasileiras lutam por condições básicas de trabalho e sociabilidade.
A bandeira deste ano é o direito ao voto que será protestada no dia 4 de dezembro, na sua 5º edição.
Para saber mais entre no site do CAMI
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