Imigrantes fazem festa em homenagem ao bicentenário do Paraguai
Por: Thiago Baltazar - São Paulo, 12 de dezembro de 2011
Em comemoração ao bicentenário do Paraguai que será celebrado na próxima quinta-feira (14), uma festa em homenagem ao país foi realizada na Pastoral do Imigrante no último domingo (11). A comemoração teve início com uma missa na Igreja da Paz. Com todos os assentos da capela tomados, alguns ficaram em pé. Todo o evento foi organizado pela Pastoral que contou com o apoio da prefeitura com o som e com o palco instalados no pátio da Igreja.
A missa que foi celebrada pelo Padre paraguaio Oscar Lopez, contou com a imagem da Virgen de Caacupé, padroeira do Paraguai. Em entrevista ao Bolívia Cultural, o padre afirmou que esta é a primeira missa celebrada com a nova imagem da santa. “Ela foi doada pelo Consulado e estamos muito felizes por esta ação. É a primeira vez que realizamos uma celebração com a virgem”, disse. O padre está há seis anos no Brasil como um missionário que cuida dos migrantes. Sobre a festa que contou com pessoas de várias nacionalidades, o paraguaio afirmou. ”Nossa preocupação hoje é com a religião, mas também com o diálogo entre as culturas”.
Após o término da celebração religiosa, barracas com comida típica do Paraguai estavam prontas à espera do público e exalavam o aroma da gastronomia preparada para festa. Todas foram decoradas com as bandeiras do país e elas estavam lado a lado sob o espaço reservado para a realização do evento no pátio da Igreja. Uma lona gigante protegia os visitantes do sol forte que brilhava na tarde de domingo. A organização do evento posicionou mesas e cadeiras decoradas uma a uma com arranjos de flores. Tudo muito bem detalhado.
Próximas ao palco, cadeiras enfileiradas formavam uma espécie de auditório para as pessoas assistirem as apresentações do dia. O professor Osvaldo Castañeda da ABRESI (Associação Brasileira de Gastronomia e Turismo) falou ao Bolívia Cultural a respeito de sua participação musical na festa. “Vou apresentar uma proposta de integração com todos nossos irmãos, cantando uma música dos Los Boleros”. Sobre sua percepção do festejo, o argentino afirmou. “A festa tem uma dinâmica muito interessante, sempre contamos com a força da virgem de Caacupé. O Paraguai merece essa proposta”. Ao ser questionado em relação à mistura de nacionalidades na comemoração, o professor relembrou a importância da união cultural latina. “Nasci na Argentina, mas estou há 32 anos no Brasil. Tenho uma grata lembrança de todas as comunidades. Somos de diferentes linhas culturais, democráticas e sociais, mas estamos juntos para fazer desse país uma nova proposta para a América do Sul”.
Dentre as apresentações, uma em especial se destacou. O grupo de dança folclórica Alma Guarani, formado em 2008, exibiu coreografias que exigem muito equilíbrio. Crianças, e depois as mulheres, dançaram com um vaso de barro na cabeça equilibrando-o sem as mãos. Em seguida, deitaram-se no chão sem tocar o vaso. De barriga para baixo, levantaram as mãos e os pés. Tal desempenho arrancou aplausos do público. Os homens não ficaram atrás. De mãos dadas e de costas uns para os outros, fizeram uma roda na qual as mulheres, dançando, sentaram-se em seus braços e foram erguidas ao alto. Mais uma vez, o grupo foi ovacionado pela plateia.
Os paraguaios estão entre as nacionalidades que mais possuem imigrantes no Brasil, ao lado dos portugueses, bolivianos e chineses. De acordo dados do site governamental Portal Brasil, o número de paraguaios no país cresceu de 11.229 para 17.604 este ano. Entre as razões para este aumento estão a boa situação econômica que o Brasil está vivenciando nos últimos anos e a hospitalidade que o país tem por característica.
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