Boliviano migra para o Brasil e cria seu próprio negócio
Por: Redação Bolívia Cultural - São Paulo, 10 de agosto de 2012
A tarde estava ensolarada e o dia festivo. Entre as cores que pintavam o Memorial da América Latina por causa da festa de independência da Bolívia, Eleonor Villanueva soube que o despretencioso cupom que tinha despositado na urna a fim de ganhar uma máquina de costura, tinha sido sorteado.
O responsável pelo presente foi Gustavo Moya, 50 anos, proprietário da La Paz Maq, que doou uma máquina de costura overlock para para o evento que acontece anualmente.
A empresa há nove anos no mercado brasileiro, participa sempre que possível dos eventos da comunidade boliviana. Tudo começou em 1981 quando, Moya junto com três amigos, deixou o departamento de La Paz para trilhar seu destino.
“A princípio era uma aventura com amigos, mas sempre pensei em estabelecer carreira em São Paulo”, disse.
Assim como muitos de seus conterrâneos foi trabalhar numa oficina de costura, entretanto nunca pensou em se acomodar com a situação. Com interesse na parte de mecânica, pouco a pouco foi aprendendo sobre os mecanismos de funcionamento de uma máquina de costura.
“Comecei de baixo. Primeiro como costureiro, depois constitui minha oficina, com apenas quatro máquinas”, relembra o pacenho, que passou 25 anos de sua vida trabalhando diretamente nesta área.
Moya conta que, em sua terra natal, nunca trabalhou no ramo, mas que tinha “alguma habilidade” quando mexia na máquina de costura de sua mãe. Fato que futuramente o ajudaria.
Depois de tanto tempo trabalhando na área, Moya avalia as transgressões ocorridas no mercado têxtil em São Paulo, “Eram os libaneses que dominavam o mercado da costura depois vieram os coreanos, agora os bolivianos têm suas próprias oficinas de costura. Eles não têm o mesmo poder aquisitivo que os coreanos, mas acredito que isto seja questão de tempo”.
Tempo este fundamental em sua trajetória profissional. Com ascensão econômica e social, em 2003 decidiu abrir seu próprio negócio; importando máquinas da China e Coréia para serem revendidas aqui.
Atualmente a La Paz Maq , localizada no bairro Tiradentes, tem 90 % dos clientes bolivianos. Tailandeses, coreanos e brasileiros somam o restante do público.
A visão empreendedora de Moya possibilitou que ele firmasse carreira em São Paulo e deu condições para que ele criasse seus três filhos, o mais novo com onze anos.
Aparentemente o boliviano alcançou a maioria de seus objetivos, mas resta um.
“Eu conquistei tudo o que eu queria. Consegui crescer no Brasil, meus filhos já estão criados. Mas meu sonho é voltar a viver na Bolívia”, finaliza.
No hay comentarios:
Publicar un comentario