lunes, 27 de agosto de 2012

LOS VOTOS DE INMIGRANTES SUDAMERICANOS SON DISPUTADOS EN SAN PABLO


Votos de imigrantes sul-americanos são disputados em SP 
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

Imigrantes da Bolívia e de outros países vizinhos, como o Peru e o Paraguai, estão na mira dos candidatos em São Paulo e já influenciam no debate eleitoral da cidade.


Dois dos principais candidatos a prefeito, Celso Russomanno (PRB) e Fernando Haddad (PT), tiveram encontros com imigrantes e pelo menos dois candidatos a vereador querem se eleger tendo como base os latinos.


A Constituição veta o voto de estrangeiros, mas os naturalizados podem votar.

As informações sobre pessoas naturalizadas e residentes no município de São Paulo não são precisas. Segundo o IBGE, são cerca de 30 mil.

Com base em dados do Ministério da Justiça, porém, políticos estimam que, só entre sul-americanos, há 30 mil aptos a votar -essa quantidade de votos foi suficiente para eleger vereadores em 2008.

"E imagina quantos bolivianos se casaram com brasileiras e têm filhos brasileiros? São muitos", diz o candidato Abel Fernandez (PRB).

BANDEIRAS

Russomanno participou de uma festa de imigrantes no Memorial da América Latina, zona oeste, e posou com uma camiseta "Eu amo Bolívia".

Já Haddad teve uma reunião com os imigrantes e, em seu programa de governo, incluiu a criação de políticas públicas para eles.

As principais bandeiras da comunidade são o combate ao preconceito e ao trabalho degradante, a garantia de um local para realizar suas festas e a criação de uma secretaria específica para eles.

"O estrangeiro mora no município, coloca filho nas creches, usa postos de saúde. Precisa de serviços que entendam sua cultura", diz o candidato Paulo Illes (PT).

"Precisamos valorizar o espanhol nas escolas. Os meninos bolivianos são discriminados pelos brasileiros", diz Guillermo Salazar, 71, boliviano naturalizado brasileiro.

Os bolivianos são o segundo maior contingente de estrangeiros em São Paulo -só perdem para os portugueses.

A comunidade, na maioria, é formada por jovens de baixa qualificação e oriundos da zona rural que chegaram a partir dos anos 1990.

Eles querem ampliar a participação política dos imigrantes e planejam votação simbólica no mês que vem para chamar a atenção ao tema.

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