Depoimentos de imigrantes revelam discriminação durante busca por vida digna
Por: Natasha Pitts (Jornalista da Adital)
A mesa de debates "O protagonismo dos e das migrantes nos processos de construção de políticas migratórias, reivindicações e bandeira de luta, realidade social e desafios" cumpriu nesta quarta-feira (15) uma das principais funções da Cúpula Social do Mercosul: dar voz e vez aos atores sociais.
Por meio da apresentação da realidade de migrantes nos países em que escolheram para viver, homens e mulheres falaram sobre suas batalhas diárias e as situações pelas quais passam unicamente por serem migrantes.
As realidades diversas mostradas por Claudio Schuh (imigrante brasileiro no Paraguai), Porfirio Leonor Ramirez (imigrante paraguaio no Brasil) e Jobana Moya (imigrante boliviana no Brasil) comprovaram que em cada lugar, em cada país, o preconceito se repete diariamente na busca por emprego, por educação e saúde.
Schuh relatou uma realidade desconhecida para muitos. Produtor rural residente no Paraguai há mais de 20 anos, o brasileiro assegura que a xenofobia também atinge alguns proprietários de terras locais, que são rechaçados e tratados como latifundiários. A batalha por documentos também é uma realidade. Mesmo pagando as taxas necessárias, muitos imigrantes são obrigados a voltar para o Brasil porque não conseguem receber a documentação necessária para permanecer no país.
"A situação dos migrantes melhorou com o governo do presidente Fernando Lugo, mas ainda é difícil. Tentamos resolver com o governo brasileiro, mas esse também não se interessa. Ninguém quer se responsabilizar", lamenta.
A luta por trabalho digno é um dos mais graves problemas enfrentados pelos imigrantes. No caso dos bolivianos residentes no Brasil, boa parte encontra trabalho apenas nas confecções, onde são obrigados, muitas vezes, a trabalhar por mais de 20 horas ao dia, ganhando apenas um prato de comida ou de 0,30 a 1,50 por peça. De acordo com a organização Tortura Nunca Mais (SP), fiscais do Ministério do trabalho estimam que existam hoje, apenas na Grande São Paulo, de oito a 10 mil oficinas que empregam cerca de 80 a 100 mil sul-americanos.
Na busca por educação e qualificação os imigrantes encontram outras barreiras motivadas pela discriminação. Notícia divulgada amplamente em setembro deste ano, revelou o que passam os estudantes estrangeiros de escolas públicas de São Paulo. Em geral, a perseguição é contra os bolivianos. Em escolas como a estadual Padre Anchieta, no Brás, os imigrantes precisam pagar para não apanhar fora da escola. Dinheiro ou lanche, não importa, é preciso dar uma garantia para não ser atacado.
"Existe discriminação nas escolas, nos postos de saúde, na busca por trabalho. É uma discriminação sutil. Há quase um consenso de que os imigrantes querem tudo de graça, sem se esforçar, sem trabalhar e que querem ainda tomar o espaço da população local", relata Jobana, boliviana residente em São Paulo.
Não só dos debatedores, mas também do público que assistia aos depoimentos surgiu um persistente pedido de que a luta dos migrantes seja levada à frente para que a realidade se transforme, para que se saia apenas do campo das propostas e dos debates e para que os migrantes proponham a agenda de demandas e sejam os protagonistas das transformações necessárias e urgentes.
Como estratégia para solucionar a xenofobia, Carlos Valderrama, da Associação Cultural e Casa dos Imigrantes "Cesar Vallejos" (ACCICEV), chama as nações do cone Sul a se unirem. "Se não há integração na luta, não haverá um enfrentamento concreto dos problemas que cercam os migrantes", chama atenção.
Por meio da apresentação da realidade de migrantes nos países em que escolheram para viver, homens e mulheres falaram sobre suas batalhas diárias e as situações pelas quais passam unicamente por serem migrantes.
As realidades diversas mostradas por Claudio Schuh (imigrante brasileiro no Paraguai), Porfirio Leonor Ramirez (imigrante paraguaio no Brasil) e Jobana Moya (imigrante boliviana no Brasil) comprovaram que em cada lugar, em cada país, o preconceito se repete diariamente na busca por emprego, por educação e saúde.
Schuh relatou uma realidade desconhecida para muitos. Produtor rural residente no Paraguai há mais de 20 anos, o brasileiro assegura que a xenofobia também atinge alguns proprietários de terras locais, que são rechaçados e tratados como latifundiários. A batalha por documentos também é uma realidade. Mesmo pagando as taxas necessárias, muitos imigrantes são obrigados a voltar para o Brasil porque não conseguem receber a documentação necessária para permanecer no país.
"A situação dos migrantes melhorou com o governo do presidente Fernando Lugo, mas ainda é difícil. Tentamos resolver com o governo brasileiro, mas esse também não se interessa. Ninguém quer se responsabilizar", lamenta.
A luta por trabalho digno é um dos mais graves problemas enfrentados pelos imigrantes. No caso dos bolivianos residentes no Brasil, boa parte encontra trabalho apenas nas confecções, onde são obrigados, muitas vezes, a trabalhar por mais de 20 horas ao dia, ganhando apenas um prato de comida ou de 0,30 a 1,50 por peça. De acordo com a organização Tortura Nunca Mais (SP), fiscais do Ministério do trabalho estimam que existam hoje, apenas na Grande São Paulo, de oito a 10 mil oficinas que empregam cerca de 80 a 100 mil sul-americanos.
Na busca por educação e qualificação os imigrantes encontram outras barreiras motivadas pela discriminação. Notícia divulgada amplamente em setembro deste ano, revelou o que passam os estudantes estrangeiros de escolas públicas de São Paulo. Em geral, a perseguição é contra os bolivianos. Em escolas como a estadual Padre Anchieta, no Brás, os imigrantes precisam pagar para não apanhar fora da escola. Dinheiro ou lanche, não importa, é preciso dar uma garantia para não ser atacado.
"Existe discriminação nas escolas, nos postos de saúde, na busca por trabalho. É uma discriminação sutil. Há quase um consenso de que os imigrantes querem tudo de graça, sem se esforçar, sem trabalhar e que querem ainda tomar o espaço da população local", relata Jobana, boliviana residente em São Paulo.
Não só dos debatedores, mas também do público que assistia aos depoimentos surgiu um persistente pedido de que a luta dos migrantes seja levada à frente para que a realidade se transforme, para que se saia apenas do campo das propostas e dos debates e para que os migrantes proponham a agenda de demandas e sejam os protagonistas das transformações necessárias e urgentes.
Como estratégia para solucionar a xenofobia, Carlos Valderrama, da Associação Cultural e Casa dos Imigrantes "Cesar Vallejos" (ACCICEV), chama as nações do cone Sul a se unirem. "Se não há integração na luta, não haverá um enfrentamento concreto dos problemas que cercam os migrantes", chama atenção.
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