Policia civil prevê capacitar oficiais para atender imigrante boliviano
Por: Sarah Fernandes
A Polícia Civil de São Paulo prevê incluir no currículo dos cursos de formação de oficiais uma disciplina voltada para o atendimento de imigrantes latinos. O compromisso foi assumido pela corporação em uma reunião com a comunidade boliviana, realizada pelo Consulado nesta terça-feira (14/12).
“Muitos crimes na região do Brás não são registrados porque os bolivianos tem medo de procurar a polícia devido a problemas na documentação. Queremos instruir os policiais a trata-los de maneira adequada. Ele não é um criminoso por não ter documentos”, conta Tabajara Novazzi, coordenador do Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública da Policia Civil de São Paulo.
Para melhorar o tratamento aos imigrantes, a Polícia Civil prevê incluir uma disciplina nos cursos de formação e de atualização de oficiais sobre atendimento a bolivianos. A expectativa é que ela comece e ser lecionada até o final de 2011. “Eles deverão conhecer as documentações especificas dos imigrantes e os processos de legalização”, conta Novazzi.
A Polícia Civil se comprometeu, ainda, a iniciar ações para incentivar os imigrantes bolivianos a participarem mais ativamente das políticas de segurança pública de São Paulo. “Eles não registram as ocorrências por medo, mas sem os registros não sabemos onde reforçar o policiamento”, conta.
A ideia é levar os bolivianos para participarem das reuniões do Conselho Comunitário de Segurança da região do Brás. Além disso, a Polícia prevê convidar líderes comunitários para conhecer a academia e ouvir suas propostas para os cursos de capacitação.
“Queremos que essa seja uma política de mão dupla e que o governo boliviano também realize ações especificas para os brasileiros que vivem lá”, avalia Novazzi.
A reunião desta terça-feira foi organizada pelo Consulado Geral da Bolívia em São Paulo, depois de uma série de reclamações de imigrantes sobre roubos, furtos e queixas de discriminação na região do Brás. O encontro tinha a intenção de aproximar a polícia da comunidade e esclarecer como funcionam os serviços de segurança pública no Brasil.
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