Ratinho alcança 10.0 pontos com as Cholitas lutadoras Bolivianas
Por: Da Redação
Ratinho segue mantendo boa audiência e o 3º lugar na faixa de horário em que é exibido.
Nesta quinta (20/01), Ratinho enfrentou as Cholitas em um ringue fechado. Lígia Mendes também participou da atração. No palco, Ratinho recebeu Givanildo o repórter da Tv Jornal. O programa marcou média de 6.8 com picos de 10.0 pontos.
AS CHOLITAS LUTADORAS
Yolanda, La Amorosa, retoca a maquiagem no capricho de quem vai encontrar o homem da sua vida em uma festa, comprime um lábio no outro para corrigir conscientemente o batom, põe os brincos de ouro, ajeita as cinco camadas entre saia e anáguas, dá um leve toque -um tapinha de nada, quase sem propósito- no chale sobre os ombros, mira de forma sedutora os homens presentes naquele camarim e, poderosa, parte para o ringue ao som de um trilha caliente e romântica.
Os marmanjos que lotam o ginásio da serra de El Alto, a 4.900 metros de altitude, babam, deliram, grunhem selvagens e intraduzíveis onomatopéias. Eles estão nas nuvens, bem perto dos céus, e a testosterona escorre dos cantos das suas bocas nervosas e devoradoras de salteñas, a comida típica boliviana que domina as arquibancadas de circo mambembe.
La Amorosa mal sobe ao ringue, com os homens, comovidos, ainda apertando as duas mãos sobre os corações para reverenciá-la, e eis que surge a temível desafiante Jenifer Dos Caras (duas caras, a falsa e violentíssima), ao som de um tecno maligno dos infernos. Até as crianças, que ficam a correr e se pegar em brincadeiras perversas que imitam o que se passa no ringue, paralisam, estátuas, para ver o que está acontecendo. Jenifer massacra a queridinha do público. Bate sua linda e sedutora face no tablado. Por mais que haja um truque de melodrama mexicano -o grande segredo da luta livre- a desafiante machuca mesmo, vi como aparecem roxas depois em todos os corpos.
Minutos antes, elas haviam me confessado: ao contrário da briga dos homens no mesmo gênero, com as mulheres não há amizade, é porrada, sangue. Mulheres.
No duelo, suas coxas se expõem um tanto, algo incomum para uma cholita na sua rotina. Nosso fotógrafo João Wainer está de frente para o crime, pero, respeitoso, muda o foco. Os machos gozam como em um gol no Morumbi ou no Maraca. Agora parecem fêmeas que se pegam na rua em disputa ridícula por um homem, acontece: luta de cabelos, com chutes nos países baixos. Dói só de vê-las.
Yolanda, La Amorosa, retoca a maquiagem no capricho de quem vai encontrar o homem da sua vida em uma festa, comprime um lábio no outro para corrigir conscientemente o batom, põe os brincos de ouro, ajeita as cinco camadas entre saia e anáguas, dá um leve toque -um tapinha de nada, quase sem propósito- no chale sobre os ombros, mira de forma sedutora os homens presentes naquele camarim e, poderosa, parte para o ringue ao som de um trilha caliente e romântica.
Os marmanjos que lotam o ginásio da serra de El Alto, a 4.900 metros de altitude, babam, deliram, grunhem selvagens e intraduzíveis onomatopéias. Eles estão nas nuvens, bem perto dos céus, e a testosterona escorre dos cantos das suas bocas nervosas e devoradoras de salteñas, a comida típica boliviana que domina as arquibancadas de circo mambembe.
La Amorosa mal sobe ao ringue, com os homens, comovidos, ainda apertando as duas mãos sobre os corações para reverenciá-la, e eis que surge a temível desafiante Jenifer Dos Caras (duas caras, a falsa e violentíssima), ao som de um tecno maligno dos infernos. Até as crianças, que ficam a correr e se pegar em brincadeiras perversas que imitam o que se passa no ringue, paralisam, estátuas, para ver o que está acontecendo. Jenifer massacra a queridinha do público. Bate sua linda e sedutora face no tablado. Por mais que haja um truque de melodrama mexicano -o grande segredo da luta livre- a desafiante machuca mesmo, vi como aparecem roxas depois em todos os corpos.
Minutos antes, elas haviam me confessado: ao contrário da briga dos homens no mesmo gênero, com as mulheres não há amizade, é porrada, sangue. Mulheres.
No duelo, suas coxas se expõem um tanto, algo incomum para uma cholita na sua rotina. Nosso fotógrafo João Wainer está de frente para o crime, pero, respeitoso, muda o foco. Os machos gozam como em um gol no Morumbi ou no Maraca. Agora parecem fêmeas que se pegam na rua em disputa ridícula por um homem, acontece: luta de cabelos, com chutes nos países baixos. Dói só de vê-las.
É, os marmanjos, que também se pegam naquele mesmo ginásio, na luta mais próxima dos céus do mundo -graças à altitude- não passam de uns mascarados, como na clássica versão mexicana do embate. La Amorosa e Dos Caras não, amigo(a) viajante, elas são da turma das cholitas luchadoras, fenômeno da luta livre da Bolívia, exemplo único do mundo. Você vê e não acredita, ali na cadeira vizinha de um japonês que delira tal qual o espectador boliviavo de todos os domingos, o dia sagrado da peleja.
“São adagas voadoras com 90 kg de corpo e camadas sem fim de roupas, céus, oh my God”, espanta-se Ren Hassegawa, 24 anos, falando um pouco para o friorento e nordestinado repórter, mas com os olhos na sua namorada e companheira de viagem, uma japonesa que sinceramente não consegui anotar o nome, de tão linda que era e de batismo difícil de soletrar, vai saber os segredos contidos naquele ideograma em forma de fêmea.
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