Dia Mundial de Combate à Tuberculose
Por: Da Redação
Se mantenha informado sobre a doença em São Paulo e no país, de sua história e tratamento. Se cuide e fique atento a saúde de seus amigos e familiares.
A incidência de tuberculose na cidade de São Paulo está acima da média brasileira: quase 63 casos para cada cem mil habitantes na capital paulista contra 48,4 para cada cem mil no Brasil. A concentração, porém, é ainda maior entre os migrantes bolivianos.
São muitas as estimativas sobre a população total desses migrantes na capital. O consulado tem 15 mil cadastrados, mas estima que existam mais, por volta de 60 mil. A pastoral do Imigrante Latino-americano estima entre 60 e 80 mil, mais de 40% ilegais. Segundo o padre responsável pela pastoral, Roque Patussi, algumas pessoas calculam que existam mais de 200 mil bolivianos só na capital paulista.
Em entrevista á Agência Brasil, Patussi informou que no ano passado a pastoral ajudou mais de 5 mil imigrantes de vários países a legalizar sua situação. Desses, 86% eram bolivianos. "Se você considerar que cada um regulariza não apenas a sua situação, mas a de sua mulher e de um filho que seja, já são mais de 13 mil", comenta.
A experiência da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Brás, no qual residem e trabalham muitos bolivianos, mostra como a incidência é mais alta entre os esses migrantes. Segundo Vagner Urias, coordenador do Programa da Saúde da Família (PSF) na unidade, ligado ao Ministério da Saúde, os bolivianos já chegaram a ser 58% dos pacientes em tratamento de tuberculose.
Para conseguir atender melhor os imigrantes bolivianos e de outros países latino-americanos que moram na região, todos os funcionários da UBS do Brás receberam aulas de espanhol e de cultura dos países vizinhos. Segundo Urias, pela prioridade que dá ao programa, a unidade conseguiu uma taxa de cura de 94% dos casos tratados, maior do que a meta estabelecida pelo ministério, de 80%.
Já no país, a taxa de incidência é de 37,99 por 100 mil habitantes... Cerca de 4,7 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil vítimas da tuberculose, segundo dados do Fundo Global Tuberculose Brasil. A doença, que pode ser prevenida, tratada e mesmo curada, afeta principalmente os pulmões, causando tosses acompanhadas de sangramento. No século passado, a tuberculose era considerada uma das grandes e maiores causas de morte no mundo todo.
Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu 24 de março como Dia Mundial de Combate à Tuberculose, uma homenagem, então, aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença. Nesta quinta-feira (24), em comemoração à data, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, afirmou que um terço de todas as pessoas com a doença no mundo não recebem o diagnóstico correto ou o tratamento adequado.
Apesar de o mundo já ter evoluído bastante em seu combate, a tuberculose continua sendo fatal em muitos dos casos e pode atacar não só os pulmões, mas ossos, rins e meninges (as membranas que envolvem o cérebro). Preocupa ainda a ONU as diferentes mutações mais resistentes do bacilo, o que tem atrapalhado o processo de erradicação da doença.
No Brasil, a preocupação com a tuberculose é parte de vários programas do governo. O próprio fundo foi instituído para tentar melhorar o combate à doença no país, que cresce a uma proporção de 72 mil novos casos por ano. Ele pretende criar mobilização social, alertar e orientar a população sobre os riscos da tuberculose, seus sintomas, como prevení-la, diagnosticá-la e tratá-la. Hoje, o Brasil ainda faz parte de uma lista em que estão os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo todo - embora ocupe, hoje, o 19º lugar.
Entre 2008 e 2010, o país conseguiu reduzir os casos da doença de 73.673 para 70.601, o que significa uma taxa de incidência de 37,99 por cada 100 mil habitantes. Ainda assim, a tuberculose é a terceira causa de óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com aids no país.
“Nós acreditamos que, mantido o progresso atual, em cinco anos estaremos muito próximos de deixar o grupo dos 20 países com mais casos no mundo”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. Acrescentando que, “a população deve ficar atenta ao principal sintoma da tuberculose, que é tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Apresentando esse sintoma, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. Se for tuberculose, o tratamento é iniciado imediatamente e a cadeia de transmissão é interrompida”.
Jarbas lembra também que outros sintomas incluem o cansaço extremo, febre baixa geralmente no período da tarde, sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração. A doença é transmissível, sendo contraída pela saliva do doente, que fica no ar após ele falar, espirrar ou tossir.
Para prevenir-la é necessário imunizar crianças de até 4 anos – sobretudo as menores de 1 ano – com a vacina BCG. A prevenção inclui ainda evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados. O secretário Jarbas Barbosa também lembra que a tuberculose tem cura quando tratada logo em seu início.
Exposição sobre tuberculose na estação Brás da CPTM
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, em parceria com a Prefeitura da capital, promove nesta semana uma exposição interativa gratuita "Tuberculose tem Cura: SUS pra valer!", em cartaz no Espaço Cultural CPTM, na Estação Brás. O objetivo é difundir hábitos saudáveis para a população e ajudar a diminuir o estigma que ainda persiste pela falta de informação sobre a doença.
Montada em um posto de saúde cenográfico, com uma área de 150 metros quadrados, durante a exposição os técnicos orientarão o público sobre os fatores de risco, prevenção, tratamento, diagnóstico e estratégias de controle da doença. A mostra, que integra o calendário oficial do Dia Mundial da Tuberculose, celebrado em 24 de março, fica aberta ao público até a próxima sexta-feira. |
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Em visita o coordenador do PNCT - Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dr. Dráurio Barreira comentou como o evento é importante na divulgação e informação dos passageiros. "Cerca de 50% da população não conhece a Tuberculose e não sabe como se transmite, nem como se previne", explicou o especialista. "Por isso uma exposição como essa é fundamental para atingir diretamente a população alvo".
Conscientização - Serviço
A exposição se encerra nesta sexta, 25 de março. Ficando aberta das 8h às 20h. A iniciativa, promovida pela Rede Paulista de Controle Social da Tuberculose, visa conscientizar a população no Dia Mundial da Tuberculose [24 de março] quanto à importância dos cuidados com a doença.
A mostra será dividida em cinco seções interativas que têm o objetivo de promover a veiculação de informações sobre a tuberculose de forma lúdica, valorizando os conhecimentos e a participação da população. Ao final da visita, as pessoas são convidadas a escrever uma mensagem ao ministro da Saúde respondendo a seguinte pergunta: "O que você acha que deve ser feito para controlar a tuberculose, no Brasil ?".
A exposição é gratuita para os usuários do sistema.
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