martes, 15 de marzo de 2011

VISION MUNDIAL .. SOBRE TRAFICO DE PERSONAS


Visión Mundial alerta para risco de sobreviventes do tráfico serem novamente vítimas do crime

Karol Assunção *


Adital -
"Um de cada cinco sobreviventes do tráfico humano torna-se vítima pela segunda vez". Isso é o que afirma Visión Mundial de México em comunicado divulgado na quarta-feira (23). Estigmatização da comunidade, dificuldade de integração social e falta de autoestima são alguns fatores que podem levar as vítimas a serem novamente reféns do tráfico.
Simplesmente voltar ao local de origem, sem atenção médica, psicológica e legal, não é garantia de que a vítima está a salvo dos traficantes. Análises de estudos sobre o tema e uma pesquisa realizada pela organização em Camboja chamaram atenção para o fato de que uma vítima de tráfico pode, sim, tornar-se novamente alvo de traficantes.
Isso porque muitas pessoas que são traficadas e conseguem voltar a sua comunidade têm dificuldades de se reintegrar ao local de origem e sofrem preconceito. Além disso, em diversas ocasiões, o motivo que levou as vítimas a saírem da comunidade ainda está presente no local, como o sentimento de responsabilidade pelo bem-estar dos familiares.
"O fato de ter sido traficado também cria novas vulnerabilidades - estigmatização de parte da comunidade, depressão, falta de autoestima ou aumento de ansiedade e medo. Estes sentimentos podem dificultar a inserção e aumentar o risco de voltar a ser traficado, especialmente dentro dos primeiros anos posteriores ao incidente original de tráfico", destaca Visión Mundial de México.
De acordo com a organização, mesmo após o retorno à comunidade, alguns traficantes mantêm contato com suas vítimas e os familiares delas. Dessa forma, acabam tomando conhecimento das dificuldades encontradas por elas e utilizam isso para novamente explorá-las.
Os traficantes também se aproveitam da discriminação sofrida por pessoas traficadas para bordeis para, assim, separá-las dos familiares. "É por esta razão que existem tantos refúgios de ONGs para meninas e mulheres que foram traficadas para bordeis. Alguns programas de reabilitação duram até dois anos empenhados em proporcionar às residentes ferramentas valiosas para a vida, confiança e capacitação para enfrentar o futuro sem ficarem amarradas no passado", comenta.
As dificuldades não são apenas na reintegração à comunidade, mas também jurídicas. Poucos especialistas na temática, advogados e tradutores limitados, e a corrupção no âmbito judicial são alguns problemas encontrados pelas vítimas que buscam a justiça.
Visión Mundial de México ainda chama atenção para o papel dos Estados no combate e na prevenção ao tráfico de pessoas. Segundo a organização, não basta apenas resgatar a vítima e encaminhá-la de volta a sua comunidade. É preciso dar assistência, como atenção médica, apoio legal e capacitação profissional. "Muitas vítimas do tráfico de pessoas voltam a seus lares sem a ajuda dos serviços de reabilitação social e é possível que estes episódios nunca sejam documentados", denuncia.
Por conta disso, Visión Mundial acredita que é necessário que os governos aumentem os recursos destinados aos serviços sociais para as pessoas traficadas a fim de que as sobreviventes não sejam processadas nem repatriadas à força. Da mesma forma, considera importante que as identidades das sobreviventes sejam protegidas e que, antes de enviarem as vítimas de volta para casa, as organizações responsáveis certifiquem-se de que essa é a vontade delas.
Para mais informações, consulte: www.visionmundial.org.mx

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