Comunidade boliviana deixa sua marca na 15º edição do Revelando São Paulo

Por: Angelina Miranda - 12 de setembro de 2011

No sábado (10) aconteceu o segundo dia da 15º edição do festival de cultura paulista tradicional o Revelando São Paulo no Parque do Trote. No meio de tantas culturas, a boliviana estava presente.

Embora o festival tenha começado na sexta feira, sábado foi o dia em que o público começou a aparecer. No espaçoso e arborizado Parque do bairro Vila Guilherme várias famílias puderam desfrutar o melhor de diversas culturas e todos os seus gêneros, como a gastronomia, artesanato, dança e música.

Muitos grupos folclóricos se apresentaram representando a sua nacionalidade, dentre eles portugueses, italianos, russos, alemães, gregos, indianos e bolivianos.

Da comunidade boliviana o primeiro que deveria subir ao palco era o Sociedad Folklorica Boliviana. Mas segundo presidente Adolfo Oblitas o grupo folclórico que se apresentaria com a dança caporal não pôde comparecer ao evento devido problemas com as vestimentas que estavam vindo diretamente da cidade de Cochabamba na Bolívia, mas que não chegaram a tempo para o evento. “Uma infelicidade nos impediu de comparecer, mas com certeza haverá outras oportunidades” diz.

Mas por volta das 17h a Fraternidad Folklorica Y Cultural Caporales Universitarios de San Simón - São Paulo e banda estiveram presentes representando os imigrantes bolivianos com a dança caporal.

O cortejo do grupo folclórico pelas principais instalações do parque foi o grande diferencial de todas as apresentações. As cholitas de rosa chamavam a atenção pela maestria ao balançar os quadris, os passos ritmados da tropa de homens que juntos resgatavam um pedaço da cultura boliviana tradicional. “Estou me sentindo na Bolívia” diz empolgado o professor Eder Carvalho de 29 anos.

A riqueza cultural falou por si própria no XI Festival de Amizade, sendo este uma vertente do Revelando São Paulo, que une culturas tradicionais paulistas com estrangeiras.

O Ballet Folclórico Boliviano também marcou presença. Entre as danças a mais apreciada a cueca boliviana, na qual um casal dança majestosamente, ambos levando em sua mão direita um lenço branco que é manuseado com voltas e floreios.

No domingo nada de Faustão

No domingo (11) até quem passasse de carro ou de ônibus em frente ao Parque do Trote não poderia ignorar a festa que acontecia na maior cidade do país. Muitas famílias saíram de casa pra ver um dos principais festivais de cultura do Estado, aproveitando a oportunidade de fazer um passeio diferente de ir ao shopping, por exemplo.

Conquistando seu espaço o folclore boliviano veio mostrar os lados positivos da Bolívia. A Morenada Bolívia Central veio encantar a todos em cortejo pelo Parque do Trote, as senhoras brilharam o salão com suas belas polleras intercaladas por uma espécie de “ala”, com grupos de homens que compassados faziam soar suas matracas que juntamente com a banda complementavam o som.

Fechando a noite com chave de ouro foi chamado ao palco central o grupo folclórico boliviano Kantuta Bolívia. Com animação levantaram das cadeiras não só os bolivianos presentes, bem como todos os outros que foram seduzidos pelo empenho nas danças apresentadas: morenada, tinkus, cueca e caporal.

E não só os adultos fazem parte do Kantuta Bolívia duas “cholitinhas” ganharam a admiração do público, pela pouca idade e a dedicação e a cultura boliviana.

Gastronomia

Na parte gastronômica stands com culinária de várias cidades do interior de São Paulo, garantiam a alimentação e o conhecimento de outros sabores, com os mais variados pratos, “Estou adorando tudo isso, nunca tinha comido o virado a paulista, é uma delícia e melhor ainda por um preço acessível” diz Marilene Gomes de 42 anos ao pagar R$ 12,00 pelo prato.

As cidades litorâneas trouxeram as iguarias do mar, peixes e camarões. As do interior vieram com o sabor caseiro e os preparos da roça, como o fogão de lenha e as panelas de barro, e até mesmo o cafezinho caipira.

A sobremesa não poderia faltar. Em extensas mesas, frutas cristalizadas, doce de leite caseiro entre muitos outros. E quem quisesse levar pra casa tinha a opção das compotas de doces caseiros, tamanho família.

Para o tira gosto cachaças artesanais tradicionais ou então saborizadas de canela e mel, menta, frutas vermelhas, banana, maracujá entre outras.

Artesanatos

Para quem aprecia este tipo de arte o Revelando São Paulo é um prato cheio. Assim como a gastronomia cada stand tinha o seu artesanato local, da sua respectiva cidade. Diferentemente de produtos feitos em larga escala, neste departamento do evento o diferencial é a produção dos materiais, são as mãos dos artistas que pensam e sentem ao produzir, que deixam ali a sua pegada suas digitais.

Quadros feitos na hora como de uma pintora de Embu das Artes eram vendidos como água. Esculturas simulando bichos, tapetes de crochê feitos a mão, brinquedos em madeira e instrumentos despertavam a atenção dos transeuntes.

Mas não só a arte paulista estava presente. Artesãos indígenas também tiveram o seu espaço. Com os rostos pintados e o cocar na cabeça os inusitados comerciantes mostravam seus brincos de sementes e penas, arcos e flechas, maracás, chocalhos e flautas transportando quem ali passava a sua mais remota origem, a dos primeiros habitantes do Brasil.

O XV Festival da Cultura Paulista Tradicional Revelando São Paulo vai até o dia 18 de setembro confira mais no site oficial do evento .