Encontro da CUT, COB e CDHIC discutem as questões do imigrante
Por: Angelina Miranda
No sábado, 10 de setembro aconteceu no Hotel Braston centro de São Paulo o encontro da CUT (Central Única dos Trabalhadores), COB (Central Obreira Boliviana) e o CDHIC (Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante).
O evento teve o intuito de dar seqüência a um programa de promoção dos direitos dos trabalhadores imigrantes bolivianos no Brasil e brasileiros na Bolívia. Dois encontros já foram realizados: o primeiro em São Paulo e o segundo em Puerto Suarez, cidade da Bolívia.
Às 9h30 teve abertura com saudações das instituições convidadas e às 10h30 começaram as atividades. Dois debates foram o foco do encontro.
O primeiro com Camila Baraldi advogada e integrante do CDHIC, que abordou as problemáticas da política migratória brasileira e a experiência de acolhimento na instituição. Seu trabalho na luta da regularização dos costureiros foi um dos pontos cruciais do debate.
Bem como o processo de conscientização de legalização das oficinas, para torná-las oficinas modelos, a advogada destaca um dos obstáculos neste percurso “Para dar condições salariais mais dignas aos costureiros cobra-se, por exemplo, R$ 1,20 por peça, porém a oficina irregular cobra 0,50 centavos” diz. “Desta forma a primeira oficina é impossibilitada de ver e entender os benefícios de ser regular, já que perderá seu espaço no mercado têxtil” conclui.
Após, os presentes puderam tirar dúvidas sobre o debate.
Por volta das 13h30 Lilian Arruda Coordenadora de Pesquisa do Observatório Social foi convidada ao debate.
A pedido da CUT o centro de estudo fez uma pesquisa primária sobre a Cadeia Produtiva na Indústria da Confecção, que trata as condições de trabalho e os mecanismos de motivação das lojas C&A. Três lojas em pontos estratégicos do Brasil foram escolhidas para ser fonte de estudo.
Após pesquisas e entrevistas com diversos funcionários de estados diferentes chegou-se à conclusão, que a pouco interesse por parte da rede de lojas em prezar e valorizar o funcionário em várias questões. Por exemplo, não há atenção devida quando este apresenta problemas de saúde “pois o trabalho vem em primeiro plano”, isto foi confirmado em entrevistas com funcionários, em que mais da metade garante estar insatisfeito com as condições de trabalho, a maioria ainda afirma não ter expectativa de crescimento na empresa.
Grande parte dos funcionários da C&A trabalham com vendas, portanto o objetivo principal é a meta. A princípio pensamos que é a quantidade de produtos que garantem uma comissão para aumentar o salário, mas não é isto que acontece segundo a pesquisadora “Estes funcionários sofrem grande pressão, pois a prioridade são as vendas feitas com o cartão da loja, este é principal meio de lucrar. São as compras parceladas, que sempre acarretam juros, mas a forma como estas regras são impostas podem causar sérios problemas psicológicos e emocionais” afirma Lilian Arruda.
O encontro foi propício para reflexão e propôs a discussão sobre os problemas relacionados aos imigrantes e bolivianos e as questões trabalhistas no país.
O desfecho do evento foi a oficialização da CUT em trabalhar junto e apoiar a causa dos trabalhadores, principalmente na Marcha dos Imigrantes que com apoio da CPM (Centro Pastoral do Migrante) e do CAMI (Centro de Apoio ao Migrante) acontecerá em dezembro.
Abaixo confira entrevista com Secretário de Transportes da COB Leonardo Villasante, e com Paulo Illes diretor do CDHIC.
Leonardo Villasante Secretário de Transportes da COB.
Paulo Illes diretor do CDHIC.
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